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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Os políticos que temos

Mais uma crónica de Daniel Oliveira sobre a última actuação de Rui Machete, esse exemplo de seriedade,  de que publico aqui um excerto. Vale a pena lê-la na íntegra, mas estes dois últimos parágrafos que transcrevo resumem, e bem na minha opinião o que se passa. Há uma crise a todos os níveis, política, financeira, de identidade e sobretudo de valores.

« (...)
O que leva um ministro como Machete, com o seu passado recente, as suas recorrentes mentiras e a sua absurda incompetência política a manter-se no lugar? Quatro razões: este governo está tão frágil que já não pode demitir ninguém; os casos com ministros são tantos que já nada escandaliza; as medidas brutais contra os cidadãos sucedem-se a tal velocidade que as tropelias de Machete parecem quase irrelevantes; e os cidadãos aceitaram de tal forma a inevitabilidade de tudo que desistiram de ser cidadãos. Estão-se pura e simplesmente nas tintas para o governo, para a política e, por consequência, para o país.

A indignidade do comportamento de Machete não o faz cair porque a dignidade deixou de ser um valor político relevante. Não consta que afete a "nossa" credibilidade junto dos mercados. E se está bem para os mercados também está bem para nós todos. A ética é muito bonita mas não baixa juros nos mercados secundários nem consta do memorando de entendimento. É coisa para líricos irresponsáveis. Na realidade, quanto mais indiferença mostrarmos a tudo o que é indigno mais credíveis seremos. Porque estabilidade é tudo o que precisamos. Isto pode ficar mesmo uma merda. O que interessa é que seja uma merda estável.»

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