Este blogue não adoPta o novo acordo ortográfico.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Feliz ano novo


Sem resoluções, sem promessas para o ano que agora espreita. Apenas votos de que seja melhor, de preferência muito melhor que este que agora termina.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

E finalmente estão a chegar


Estou a entrar em modo de férias Natalícias, sim, dentro de algumas horas estarei oficialmente de férias de Natal. Não, não ando na escola, era bom quando lá andava, eu é que não sabia disso, não dou aulas, não tenho a mínima aptidão para ensinar e muito menos aturar miúdos e pais mal educados, mas, tenho a sorte de trabalhar numa empresa que acredita nas férias de Natal. Eu também acredito e adooooro. Depois de duas semanas alucinantes, o trabalho está finalmente concluído e posso relaxar e aproveitar.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Um dia assim como hoje

Há dias em que gostava de ser somente mãe e dona de casa, qual working women qual carapuça. Hoje é um desses dias. Saudades de casa e sobretudo dos meus pimpolhos.

Due cose

Assim à primeira vista há duas coisas em Itália que são maravilhosas. Não, não são os italianos, a bem dizer até agora o leque é triste, deve ser do sítio, adiante. 
As duas coisas são a comida, fabulosa e o café. Até o café daquelas máquinas da treta que fazem desde chá a descafeinado passando pelo tal café, fazem um expresso maravilhoso quando comparado com alguns sítios que eu cá sei. Ainda não tomei um único café que fosse mais ou menos, sempre em alta portanto. E pronto é tudo por agora, vou ver se janto qualquer coisinha. Ciao.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A minha vida de pernas para o ar

Um simples e aparentemente inofensivo sms virou de pernas para o ar a minha vida, pelo menos durante estas duas semanas. Tenho a sorte de ter um chefe fantástico, eu conto com ele e ele comigo. Assim, este pau de dois bicos desta vez vai mudar por completo a rotina familiar nestas duas semanas. Em menos de 12 horas tinha voo e estadia marcada e partia em menos de 48 horas. Ontem a minha princesa pedia para eu não ir, fiquei de coração apertadinho.
Entrei num avião às seis da manhã, aterrei em Veneza, não não, não é o que estão a pensar, também eu queria dar um passeio por Veneza, ver e ou andar de gondola, praça de São Marcos etc, etc, etc, mas estou a mais de 70km dela. Basicamente "vi" Veneza por um canudo! Já visitei o cliente e estou a começar a desesperar com a tarefa hercúlea que me espera. Amanhã arranco em grande ou talvez não!
Estou no meio de nenhures e é uma seca. 


Vou mas é preparar o dia de amanhã, se o meu cérebro ainda quiser funcionar, está a trabalhar desde as 3 da madrugada e já foi bombardeado com 3 cafés expresso.
A temperatura está muito amena, 9ºC de máxima e 5ºC de mínima, um calor esquisito portanto.  O que safa é a comidinha que não é má, o meu almoço foi uma espécie de bróculo com um queijo qualquer de nome impronunciável mas que estava bem bom. Na altura fiquei bem mas agora estou com o estômago colado às costas e a fazer um esforço sobre humano para não atacar o frigorífico, tem lá uns twix e uns kitkat deveras apelativos. Vou mas é trabalhar e esperar pelo jantar, é que a ementa promete. Arrivederci.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A paz para homens justos

A humanidade perdeu um grande homem que não perca a lição que recebeu.


"No one is born hating another person because of the colour of his skin, or is background, or his religion. People must learn to hate, and if they can learn to hate, they can be taught to love, for love comes more naturally to the human heart than its opposite." - Long Walk to Freedom.

Os miminhos do Calendário do Advento

Como já referi várias vezes, no Calendário do Advento cá de casa não há doces mas sim brinquedos. E procuro sempre brinquedos que tenham muitas peças como os legos, playmobil e outros que tal.
Este ano o dito calendário foi recheado com Legos, para ele o Chima e para ela a Branca de Neve. Estão em pulgas para saber o que é. Apanhei o filho mais velho a espreitar nas outras botas para ver se descobre o que é. Não tem a mínima hipótese.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O MEU Calendário do Advento

O calendário do Advento cá de casa era assim um pouco, fatela. Sim servia o propósito, comprei-o há uns anos no hipermercado ainda era o meu príncipe pequenino. E tem servido com dignidade a sua mui nobre tarefa. Mas o espaço para colocar as peças era a modos que exíguo e eu para falar verdade queria dar-lhe a tão merecida reforma e substitui-lo. E assim fiz. Primeiro pensei nas meias, mas tirei daí a ideia ficava demasiado dispendioso, e pronto resolvi fazê-lo. E modéstia à parte, ficou bem giro. Agora as botinhas são amplas e têm muuuuiiito espaço disponível, talvez até um pouco demais.
Para a realização deste projecto precisei de meio metro de feltro vermelho e 20cm de tecido para patchwork, escolhi um com estrelas coloridas.. Ainda sobrou um pouco de ambos.  A fita para pendurar já cá andava faz tempo, mas creio que rondará os cinquenta cêntimos o metro. Quanto às molas coloridas, mais uma daquelas coisas que comprei porque não achei caro e poderia fazer-me falta. Olha e não é que fez! Ok, talvez uns dois ou três anos depois de as comprar, mas o importante é que agora que eu precisava delas, elas estavam lá. Os corações comprei numa loja dos 300 por 1.25€, e a caneta dourada já cá anda há uns anos de um outro projecto. E pronto, com cinco euritos de material fiz um calendário único, usei umas coisas que andavam cá por casa e o resultado é, atrevo-me a dizer, satisfatório.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Empurrando com a barriga,

tal qual a ministra das finanças a adiar o pagamento da dívida, ando eu para aqui a adiar a ida às compras de Natal.  Não é que sejam muitas, que não o são, mas são sempre algumas e não me apetece. Detesto ir ao fim de semana, absolutamente fora de questão, que onde quer que se vá é do tipo tira o pé do meu olho. Mas durante a semana vai de arranjar sempre uma desculpa, ora é isto ora é aquilo e pronto os dias vão passando. Estou apenas e tão somente a lamentar-me e a ver se ganho vergonha e mexo as pernas, não tarda não encontro os presentes dos meus amados rebentos e aí é que vão ser elas. Devia ir fazer mais umas coisas e aproveitar as passadas mas estou sem vontade. Pode ser que hoje me apeteça, ou não! E era só. Apenas um desabafo. Obrigado por me escutarem.

Casaco colorido

A avó C fez um casaco para a princesa que ficou lindo. Alegre, colorido, adoro o pormenor dos botões de cores diferentes e adorei a lã, por isso a comprei e a avó fez o favor de ter o trabalho de o tricotar. Avó, valeu a pena, ficou giríssimo e a princesa adorou.

Avó C a tricotar desde mil novecentos e troca o passo.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Já cheira a Natal

Hoje, quando saí de casa, ainda noite, os carros tinham um brilho fantasmagórico. Tinha caído uma bela geada. Amor de minha vida a queixar-se do frio que faz e que tínhamos o jardim coberto de branco. 


Isto faz-me lembrar o Inverno e a minha época preferida o Natal que está aí a chegar.


"Oh the weather outside is frightful
But the fire is so delightful
And since we've no place to go
Let It Snow! Let It Snow! Let It Snow!"

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Rendição absoluta

A minha mãe, de quem eu herdei este gosto por doçaria e afins, ouviu um dia destes, na TV, esta receita, que transcrevo em baixo, mas com pêras. Nós cá por casa somos mais pessoas de maçãs sobretudo de tarte de maçã. Vai daí que substitui a pêra pela maçã e o resultado foi absolutamente divino. Não digo que não às pêras, ainda a faço um destes dias, mas as maçãs realmente enchem-me as medidas, é tudo o que tenho a dizer. Marido que tinha interditado os doces cá em casa, simplesmente rendeu-se à tarte e já "autorizou" a sua confecção mais amiúde. Estava mesmo uma delícia.

Tarte de maçã


Ingredientes

Massa
  • 100g açúcar
  • 250g farinha Tipo 55
  • 150g margarina
  • 1colher sobremesa de água
Recheio 1
  • 8 Maçãs ou pêras (usei maçãs)
  • Açúcar a gosto
  • 1 Pau de canela
  • 1 colher café essência de baunilha
  • Água q.b.

Recheio 2
  • 150ml água de cozer as maçãs
  • 4 gemas batidas
  • 1 pacote de natas
Geleia a gosto para pincelar.

Preparação

Pré aquecer o forno a 200ºC.

Massa
Misturar todos os ingredientes e trabalhar a massa na bancada até ficar bem macia.
Reservar ¼ da massa para a decoração.
Estender a restante e forrar a tarteira.

Recheio 1
Colocar todos os ingredientes numa panela e levar a cozer.
Depois de cozidas, escorrer a água da cozedura e reservar.

Recheio 2
Num tacho colocar as gemas, as natas e a água de cozer as maçãs e misturar tudo.
Vai ao lume para engrossar, mexer sempre para não ganhar grumos, até formar um creme.

Montagem
Forrar uma forma de tarte com a massa.
Adicionar a maçã bem escorrida.
Cobrir com o creme (Recheio 2).
Com a restante massa decorar em forma de grade a superfície da tarte.
Vai ao forno até dourar.

Pincelar a tarte ainda quente com a geleia.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Isto faz-me pensar


Ontem, no telejornal fez-se um alarido enorme quanto ao ranking dos mais ricos de Portugal publicado pela revista Exame. Causou-me asco, repugnância e uma tamanha indignação que havendo crianças a ir para a escola sem pequeno almoço, desemprego e miséria, se fale à boca cheia destes senhores. Como é que é possível que a grande maioria dos Portugueses esteja cada vez mais pobre e alguns estupidamente mais ricos. Há algo aqui que não bate certo. A revista Exame bem que podia escrever artigos sobre os mais pobres de Portugal, talvez assim os mais ricos pusessem a mão na consciência, ou não. 
Esta sociedade está a fazer como a avestruz e tentar esquecer que os pobres não existem e que o seu número, infelizmente, aumenta de dia para dia. Não é com Banco Alimentar que vamos lá, é com o crescimento da economia, o aumento do salário mínimo e consequente aumento da dignidade que fazem muito por um povo. Este povo que sente mas que ainda cala.

Botas de Natal

Tenho por hábito desde que tenho filhos em pendurar uma bota de Natal na lareira. Como não costumamos passar o Natal em casa quis preservar o espírito deixando sempre uma pequena lembrança na bota. Para além de um presente o Pai Natal tem por hábito deixar chocolates na bota. Ora a minha princesa acha que apesar do papá e da mamã já serem adultos e não terem presentes do Pai Natal se também pendurarmos uma bota pode ser que o Pai Natal deixe pelo menos um chocolatinho. Este ano resolvi fazer uma bota para o papá e outra para a mamã não vá o Pai Natal deixar qualquer coisinha!



quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A Primeira e quiçá a última

Já aqui tinha referido que estava a aprender a tricotar. Pois sim e resolvi fazer um casaco sem mangas para a minha princesa. Muitas horas a tricotar e a desmanchar também foram necessárias para levar este projecto até ao fim. E meus caros, não foi fácil. No final de contas o balanço é positivo mas não me meto noutra, pelo menos tão cedo. Para além do tempo a lã fica cara, tudo bem que é único mas a exclusividade paga-se bem. Agora já só falta montar as três partes, mas vou deixar para a minha querida mãe que tem bem mais jeito que eu.
Aqui fica uma foto da lã e parte do trabalho, o resultado final colocarei assim que possível.


Sim sim, tem brilho. A princesa escolheu a lã. Foi tipo amor à primeira vista. 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Quase instantâneo

Tinha comprado há uns meses uma embalagem de preparado de bolo de amêndoa da Branca de Neve que andava lá na despensa de um lado para o outro. Este fim de semana resolvi tirar-lhe o pó e gastar antes que fosse para ao caixote do lixo por ficar impróprio para consumo, que isto de estragar comida é pecado. Segui a receita da embalagem mas resolvi colocar a massa numa forma de colo inglês. Demora mais um pouco a cozer mas fica igualmente bom. Decorei com amêndoas torradas et voilá sobremesa para o café pronta. 
Podeis perguntar-vos se fica bom? Fica sim senhor. Nota-se que não é assim muito para o caseiro, mas minha gente são cinco minutos desde que juntamos os ingredientes até que colocamos a forma no forno. Mais rápido será impossível. Até o meu filhote de nove anos o consegue fazer. Já usei o preparado de chocolate e coloquei em formas de queques e ficaram óptimos. 
É o tipo de coisa para ter em casa e que nos permite fazer face a uma visita inesperada para o lanche por exemplo ou então para deixar os pequenos cozinheiros na cozinha. 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Partilhar também é dar e receber, sorrisos

Este ano resolvi convidar os meus filhos a deixarem um saco com brinquedos com que já não brincam para o Pai Natal levar e dar a outros meninos. Os meus meninos aceitaram o repto. 
Entretanto li num blog onde costumo passar sobre uma campanha que não custa abraçar. A LANIDOR está a oferecer vales em troca de brinquedos usados. Não podia deixar de partilhar esta acção solidária e afinal o Pai Natal vai levar os brinquedos mais cedo.

Pequeno up date

Ando há umas semanas para colocar este post. Gosto de fazer sobremesas, ou melhor, adoro. Mas como ando de dieta evito ter a tentação por perto. No entanto sempre que tenho visitas aproveito para fazer qualquer coisa. Calhou num destes últimos fins de semana ter os meus sogros para almoçar mas era um daqueles fins de semana sem inspiração. Não tinha ideia do que fazer para sobremesa. Olhei para a despensa e reparei que havia por lá uma boa quantidade de maçã. Vai daí resolvi fazer o Bolo simples, que faço muitas vezes no inverno e que os miúdos adoram ter para o lanche, mas um pouco mais festivo. Como o marido não é amante de bolos secos coloquei maçãs no fundo da forma e por cima da massa, deixando assim o bolo mais húmido. E pronto tivemos um vencedor. 
Polvilhei com canela antes de servir pois somos todos fãs desta especiaria. 
Este bolo tem a vantagem de ter dois lados, se não tiverem vontade de o voltar depois de desenformar fica igualmente apelativo. 
Se se preferir que as maçãs fiquem mais caramelizadas basta colocar açúcar no fundo da forma em vez de a polvilhar com farinha.

Fundo da forma

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Base diferente

Aqui fica mais uma ideia engraçada para este Natal. Em vez do tripé fatela que as árvores artificiais têm e de o cobrir com uma espécie de saia, que fica menos limpa em pouco tempo, especialmente quando se tem um animal de estimação, esta ideia parece-me interessante. 
Só tenho que arranjar um tronco que aguente com uma árvore de 1.80m e depois pedir ao marido mui amado que saque do berbequim e trate do assunto. Fácil, fácil, pelo menos para mim, ele é capaz de não achar tão interessante quanto eu.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Dar e receber

Andava eu a surfar na net quando dei de caras com esta ideia giríssima. Que tal Dizer aos miúdos para colocarem num saco os brinquedos que já não usam para o Pai Natal levar em troca dos novos? Boa ideia me pareceu, fazemos outros meninos felizes e arranjamos espaço para os novos. Só vantagens. Pensem nisto com carinho.

Olá Brasil

Sofremos, gritamos, vibramos e CONSEGUIMOS. Haja um motivo para alegrar este povo luso. Os Álvaro Cabral do século XXI novamente à conquista do Brasil. Parabéns à nossa selecção.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

The worts tours


A segunda maior cidade do país, também conhecida como a capital do Norte vista numa outra perspectiva. Para quem anseia por visitar ou revisitar a invicta fica aqui uma sugestão a não perder, basta clicar aqui
Vamos lá apoiar esta malta que não baixou os braços e seguiu em frente com muita imaginação.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Calendário do Advento - Papel e tesoura

Para aqueles que não querem muito trabalho e apenas fazer a contagem regressiva para o grande dia, esta é sem dúvida uma ideia simples.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Calendário do Advento - Embrulhos

Outra forma de fazer a contagem decrescente para o Natal é usar embrulhos. Assim não haverá problemas de tamanho, do objecto caber ou não na meia, compartimento, whatever.
Olhem só como fica fantástico. 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O marketing da receita fácil

Para que todos saibam o que estão a tentar fazer com a escola pública. 
Daniel Oliveira publicou hoje um artigo sobre os famosos rankings das escolas, e não é que tudo isto não é nada mais nada menos que marketing ordinário contra a educação.

Os rankings das escolas não são, como julgam algumas pessoas, listas oficiais. São feitas por jornalistas (que até usam critérios diferenciados), com base em dados oficiais brutos, sem qualquer preparação técnica especial para tal encomenda. (...) O objetivo fundamental era, usando apenas as notas nos exames, demonstrar que os colégios conseguiam melhores resultados do que as escolas públicas. Assim se incentivava a lógica de competição entre escolas e, para além de se garantir publicidade gratuita para os colégios mais seletivos, criava-se o ambiente favorável à integração do sistema privado na oferta pública escolar. Integração conseguida através de várias modalidades de financiamento público aos colégios, que vão dos contratos de associação ao cheque ensino.

A campanha contra as obras da Parque Escolar, que, apetrechando escolas públicas com condições iguais ou superiores às do ensino privado, punham em causa a atratividade competitiva dos colégios junto das elites, foi outro momento deste poderosíssimo grupo de pressão. (...) Hoje o seu poder é total. Um dos maiores defensores, desde a primeira hora, da sua agenda chegou a ministro. E é para favorecer os interesses das empresas privadas de educação que, antes de mais, está a trabalhar. Como se pode perceber no novo estatuto que regula o seu funcionamento.

A pobreza dos dados que o ranking nos fornece é hoje aceite por todos os que têm algum pensamento nesta matéria. O ex-ministro da Educação David Justino, atual presidente do Conselho Nacional de Educação, considera mesmo que as leituras que se fazem desta mera listagem são "muitas vezes precipitadas" e que falta "melhor informação, mais detalhada, até para que se possa fazer o cruzamento de variáveis e se possam ter leituras complexas".

Os rankings apenas nos dizem das médias de exames. (...) Uma escola num contexto social e culturalmente desfavorecido, mesmo que seja muitíssimo melhor do que uma escola num contexto social e cultural favorecido, ficará invariavelmente atrás.

Dou sempre um bom exemplo, que ajuda a compreender algumas coisas: o colégio São João de Brito fica em primeiro, ou muito próximo disso, em quase todos os rankings anuais. Mas este não é o único colégio da Companhia de Jesus. Outros dois, com o mesmo proprietário, têm o mesmo projeto educativo, a mesma exigência e os mesmos métodos pedagógicos: o Instituto Nun'Álvares, em Santo Tirso, e o Colégio da Imaculada Conceição, em Cernache, Coimbra. Os dois têm uma diferença em relação ao São João de Brito: têm contratos de associação e recebem, gratuitamente (pago pelo Estado) os mesmos alunos que qualquer escola sem possibilidade de seleção receberia.
(...)
 Explicando, no fundo, que o ranking diz muito mais sobre meio onde a escola está e os alunos que seleciona (ou não seleciona) do que da sua qualidade intrínseca.

Será tudo um engano, uma ilusão? As escolas que estão no topo não serão mesmo melhores? São, provavelmente, as que apresentam menos risco. Porque uma escola que seleciona resolve, sem trabalho, vários problemas. (...) Mas qual é a melhor escola? O São João de Brito ou a escola Dr. Azevedo Neves? É que, ao contrário do colégio, a escola da Damaia não faz qualquer seleção (impossível, no seu caso), está inserida numa zona muitíssimo problemática e a maioria dos seus alunos não tem o português como língua materna. Conseguiu ser a 32ª melhor escola no ranking. Nem hesito em dizer que esta escola é seguramente muito melhor, no seu trabalho pedagógico e disciplinar, que o colégio mais selectivo de Lisboa. Não preciso de advinhar. Basta recordar o resultado que o mesmo projeto consegue quando está privado da seleção.
(...)
No sistema público eles promoveram a seleção que lhe deveria estar interdita. Com algumas exceções (já falei da Dr. Azevedo Neves), quase todas as escolas públicas que costumam aparecer nos lugares cimeiros destes rankings fazem seleção logo no momento da aceitação de matriculas. Primeiro entram os alunos com melhores notas, de meios socialmente favorecidos ou, melhor ainda, que acumulem as duas condições. Isso torna-se espacialmente fácil em grandes centros urbanos. (...)

Porque as notas não resultam exclusivamente do meio, o processo de seleção tende a agregar numas escolas os bons alunos e noutras os maus. Isso nota-se muitas vezes em escolas públicas vizinhas. É uma espiral seletiva que acaba na criação de escolas públicas de elite e do "refugo". (...) É o egoísmo na seleção de quem lá entra.

Ou seja, os rankings conseguiram aprofundar processos de estratificação social, cultural e académica dentro do próprio sistema de ensino público. Isto, para não falar dos privados de topo, que incentivam alunos com menor rendimento escolar a mudarem de escola, num processo de darwinismo social intolerável para qualquer pedagogo decente.

É claro que aqui estou a pintar a coisa com traços grossos e toscos. A coisa é um pouco mais contraditória e difusa do que isto. Mas esta é a cultura criada pelos rankigns. Que conseguiram uma coisa ainda mais grave: contribuíram para desvirtuar a razão de ser de ensinar. Hoje, nas que são consideradas as melhores escolas do país, ensina-se para os exames. Para ser mais preciso: ensina-se para se fazerem os exames que contam para o ranking. Em vez da escola trabalhar para o aluno é o aluno que deve trabalhar para uma boa colocação da escola num ranking. Porque isso traz melhores alunos e facilita a vida dos professores e direção. O que quer dizer que a escola se concentra apenas nas competências do aluno que lhe trazem proveito a si: ter boas notas nas disciplinas avaliadas pelos rankings. A ideia dum projeto educativo equilibrado, que promova as várias capacidades do aluno e que o direcione para as suas próprias vocações, deixou de fazer sentido em muitas escolas. Uma "boa escola" tem excelentes fazedores de exames de matemática, português ou outras disciplinas que contem para ranking. No resto, da expressão artística ao desporto, da capacidade de expressão oral à criatividade, o seu ensino pode ser uma desgraça. E, em muitos casos, é mesmo. A minha pergunta é esta: mesmo partindo dum ponto de vista que recuso - que a função da escola é preparar apenas profissionais -, alguém acredita que este é o sistema de ensino que melhor serve o futuro do país?
(...)
Se isto pode ser preocupante no sistema privado de ensino, é gravíssimo nas escolas públicas. Não apenas pelo que faz às escolas que decidem seguir este caminho, atrasando ainda mais o nosso sistema de ensino em relação a outros, que apostam mais na polivalência de competências, na criatividade e na responsabilização dos alunos. Mas por o que faz às escolas que saem deste modelo e que vivem com a pressão da competição pela boa nota no exame, que tão pouco revela do seu trabalho. E o que faz às escolas que, em meios desfavorecidos, sempre tiveram de lidar com imensas dificuldades. A que se juntou mais uma: por mais extraordinário que sejam os seus resultados, como, fruto do meio em que trabalham, nunca conquistarão um lugar interessante no ranking, só vai para lá quem não consegue fugir. Numa espiral de degradação da qualidade do meio escolar, que aprofunda ainda mais o fosso entre os melhores e os piores.

Pela estratificação da rede escolar e pela perversão das boas práticas pedagógicas que alimentam, os rankings transformaram-se num cancro para a nossa escola. Um dos piores serviços que a comunicação social prestou à comunidade. E, porque se baseia nos resultados dos exames e em nada mais, numa poderosa arma para impor um determinado olhar sobre o que deve ser a escola. Um ponto de vista que, através de uma avassaladora operação de marketing, exclui à partida todas as alternativas. Por isso mesmo, a obra editada pelo Centro de Investigação das Políticas do Ensino Superior, da Fundação das Universidades Portuguesas (CIPES), "Um olhar sobre os rankings", considera que, pelos efeitos "sociais e educativos" perversos" que teve, os rankings tornaram-se numa "calamidade pública". Isto, deixando de fora o seu objetivo inicial destas listas: promover os colégios privados que, quanto mais candidatos conseguirem, mais facilmente podem fazer a seleção que os valoriza. Mas essa parte é business as usual.»

Calendário do Advento - Meias

Ele existem uma infinidade de exemplos de Calendário do Advento como já puderam constatar pela quantidade de imagens que tenho deixado ao longo da semana. Na minha busca pelo tal Calendário deparei-me com inúmeras ideias engraçadas e giras muitas das quais, as melhores na minha opinião, aqui partilhei. Mas há um tipo de calendário que me encheu as medidas não só pela sua simplicidade, versatilidade mas sobretudo pela facilidade de execução e resultado. Neste caso eu tenho que soltar um pouco os cordões à bolsa, pois não possuo o necessário. Nada mais nada menos do que meias coloridas de vários tamanhos. Adorei a ideia e vou fazer uma pesquisa de mercado no que às meias diz respeito e fazer contas. Mas gosto imenso da ideia, já estou a imaginar a fiada de meias pendurada na lareira. Agrada-me a ideia, e já não sofro do problema do compartimento ser pequeno para o objecto a colocar dentro, isso acontece-me com frequência.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Gentinha

Estou a rir-me há já um bom bocado. A MRP é uma personagem surreal.

Em defesa da Margarida Rebelo Pinto!

Margarida Rebelo Pinto tem sido alvo dos mais variados ataques nas redes sociais motivados pelas declarações que prestou no programa Bom Dia Portugal da RTP 1. É de todo injusto atacar-se da forma como se tem atacado quem tem toda a razão no que diz.
Analisemos o que foi dito por Margarida Rebelo Pinto e vejamos como ela está absolutamente certa na linha de raciocínio que segue, partindo do benévolo principio que tem uma linha e do milagroso principio de que terá raciocínio. Margarida sente-se triste, profundamente triste enquanto cidadã Portuguesa que mora perto da Assembleia da República com as manifestações que se têm feito. Tem razão, tem toda a razão, é do piorio querer-se sair à rua para… sei lá rica, para beber um café por exemplo, perdão um chá (algo que ela não teve ter bebido em pequena) e ter de se levar com a gentinha toda na rua, ainda por cima fazerem barulho. “Có’rror”. Além disso demonstram falta de civismo, não têm respeito nenhum, a rica que gosta de se levantar tarde tem de acordar a ouvir o povinho a berrar de tal forma que, ainda por cima, interrompem e perturbam aqueles que agora governam o País. Neste último argumento Margarida enganou-se, é que os que actualmente governam o País têm escritório na Av. da República, nem a plenos pulmões os berros do Povo em São Bento lá chegam. Perdoe-se este lapso de Margarida, coitada, não é obrigada a saber tudo.
Depois do erro anterior, teve um lapso de inteligência e reconheceu que não chegámos aqui por acaso. Muito bem Margarida, muito bem mesmo, não foi por caso não senhora, foi mesmo por incompetência, gestão danosa, compadrio, corrupção e outras sacanices que ela não referiu, nem tal se esperava, uma senhora é uma senhora e não deve dizer certas coisas. Ela até sabe que antes deste governo houve outro, aliás outros. Uau!!! Obrigado Margarida e eu que pensava que esta treta tinha andado em auto-gestão, antes tivesse andado.
Margarida Rebelo Pinto acha que os Portugueses têm falta de inteligência, portanto, dito de outra forma, são estúpidos que nem uma porta. Mais uma vez tem toda a razão no que diz, aliás, sendo ela Portuguesa é ela própria um magnífico exemplo desse défice de inteligência. Mas a derradeira prova de que os Portugueses são estúpidos verifica-se sem margem para qualquer tipo de dúvida com o simples facto de lhe comprarem aqueles amontoados de páginas a que ela chama livros. Causa-lhe repulsa a ela e a mim também que alguém que foi desmascarada em 2005 por João Pedro George no livro «Couves & Alforrecas – Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto» em que explicou por A mais B que a literatura de cordel não passava de um auto-plágio tenha o despudor de aparecer de forma descarada a insultar os Portugueses. Repulsa-me  que alguém intelectualmente desonesto tenha sequer a leviandade de abrir a boca para falar mal dos Portugueses e ainda por cima que o faça no canal público de televisão.
Diz mais Margarida, diz ela que como todos os cidadãos também teve cortes. É bonito e simpático ela confessar que teve cortes, mas perfeitamente desnecessário, já tínhamos dado conta que a lobotomia pré-frontal que lhe fizeram não tinha dado grande resultado. Portugal nunca teve grandes recursos explica Margarida esforçando-se por dar um ar de entendida. Se estava a referir-se aos seus próprios recursos enquanto pseudo escritora, tem razão, nunca teve e dificilmente virá a ter. Agora se estava a referir-se ao País, está de todo enganada. Portugal teve muitos recursos que foram criminosamente destruídos por ordem da Europa tendo sido o actual aposentado de Belém o carrasco ao serviço dos interesses que comandam a Europa.
Tenho de reconhecer que Margarida tem visão, diz ela que ficaremos muito bem se nos virarmos para as energias do Mar. Yeeessss é isso mesmo Margarida, dá-lhe forte, vai até ao Cabo da Roca olha para o Mar, para a sua energia e dá um passo em frente. Portugal e os estúpidos dos Portugueses agradecem. Eu, ao contrário do que Margarida Rebelo Pinto afirma até abro uma excepção, deixarei por momentos de ser treinador de bancada e vou com ela para a ajudar a definir a estratégia de tão magnifico passo em frente.
A terminar ainda sobrou fôlego para Margarida defender as taxas moderadoras dos hospitais, acha ela muito bem que se pague taxas, coisa estranha essa de se querer usar as coisas sem pagar. Alguém explique por favor à Dondoca, eu já não tenho pachorra, que pagamos e pagamos bem. Expliquem-lhe também que um reformado que recorre a uma urgência hospitalar ter de pagar vinte e tal euros, fora os eventuais exames, é um crime, é desumano.
Portugal é realmente um País estranho, tem a estranha capacidade de criar todo o tipo de anormais e além de os criar tem o mau hábito de os manter.
(Este texto é publicado na rubrica de cultura porque, por lapso, este site não tem nenhuma rubrica para a “falta de cultura”)
Jacinto Furtado no "Notícias online"

Calendário do Advento - Latas

Na busca incessante de ideias para partilhar com aqueles que me lêem eis que surgem mais uns exemplos de Calendários de Advento feitos com coisas que normalmente colocámos para a reciclagem, latas. Pode soar esquisito e até parecer estranho, mas é um projecto exequível em que as crianças podem e devem ser chamadas a participar.
Gosto particularmente dos saquinhos de pano mas isso já dá mais um pouco de trabalho não esquecendo a ideia das canecas penduradas que também é fantástica e simples. No caso das canecas talvez seja melhor optar pelas de plástico não vá haver um acidente.

Calendário do Advento - Envelopes

Se o objectivo é pouco trabalho e resultado "tcharan" este é sem dúvida o calendário que procuravam. Envelopes. Simples. Basta passar na papelaria e comprar 24 todos iguais ou todos diferentes quer na cor quer no tamanho. É à vontade do freguês. Mais umas sugestões giras que só elas, e igualmente simples. O cordel pode comprar-se na drogaria, ou porque não usar fita de presentes. Se as crianças já forem crescidas podem sempre deixar mensagens nos envelopes e ou dicas para procurarem o "presente" num qualquer sítio da casa, assim em jeito de caça ao tesouro.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Calendário do Advento - Ideias simples com papel

Depois dos exemplos lindos que deixei sobre calendários do Advento, vamos lá assentar os pés na terra e pensar numa forma mais ... económica, não queremos gastar acima das nossas possibilidades, não vá vir por aí a TROIKA para um segundo resgate. Adiante. Dizia eu que existem formas engraçadas e diferentes de fazer um calendário do Advento diferente. Assim, até talvez seja possível soltar a franga e fazer um diferente todos os anos. Vamos lá colocar mãos à obra. Cartolina ou até mesmo sacos de papel podem ser usados na execução do dito. Já para não falar do belo calendário que os tubos de cartão que sobram dos rolos de papel higiénico permitem fazer. O mote é dar largas à imaginação. Puxem pela veia criativa e vão ver que os resultados serão surpreendentes. Estes exemplos são bem fáceis de fazer e o resultado é absolutamente fantástico.


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A verdade inconveniente

Não há professores a mais. Há é alguns a gastar desmesuradamente o nosso dinheiro. Como é possível apoiar o ensino particular quando há escolas públicas que podem fornecer o mesmo serviço e se o dinheiro deixar de ser desviado será possível apetrechar as escolas públicas com outras valências oferecidas pelos colégios privados. Isto é um assalto. Eu tenho dois filhos e quero-os na escola pública de qualidade. Porque terei eu de pagar um colégio? Poderei eu pagar um colégio? Onde está o acesso equitativo ao ensino de qualidade? 
Ora confirmem esta pouca vergonha na reportagem, basta clicar no link.

... mais alguns

Não resisto em colocar mais umas fotografias de Calendários de Advento. Há imensos, de todos os tamanhos e feitios, para todos os gostos e bolsas. São absolutamente fantásticos. Dá vontade de ter um diferente em cada Natal. Mais um pouco de inspiração para começar a entrar no espírito da época que se avizinha.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Calendário do Advento

O calendário do Advento é uma invenção alemã. Ele é formado por 24 janelinhas, que correspondem, cada uma, a um dia do Advento, período que cobre os 24 dias do mês de Dezembro até a chegada do Natal.
No primeiro dia do mês, as crianças alemãs recebem um calendário do Advento e o penduram ao lado de suas camas, abrindo uma nova janelinha a cada dia. Em suas aberturas são colocadas fotos, brinquedos ou chocolates, para enfeitá-los.
Ao abrir uma janelinha por dia, faz-se a contagem regressiva até o Natal. O calendário torna a espera pelo grande dia mais prazerosa para as crianças.
As origens do calendário do Advento remontam às áreas protestantes da Alemanha do século XIX. O primeiro deles, dizem, data de 1851.Famílias protestantes desenhavam com giz uma linha que perpassava todos os 24 dias de Dezembro até a noite de Natal.
Os calendários costumam ser feitos com muito esmero. Na cidade alemã de Gegenbach, no sul do país, encontra-se o maior de todos os calendários do advento: 24 janelas da Câmara Municipal da cidade são decoradas com motivos natalícios, todos os anos, para a chegada do Natal. (daqui)
Achei esta explicação simples e elucidativa. Sim porque neste blog também se aprendem cousas interessantes, assim o espero!
Cá por casa é tradição haver um calendário do Advento, não que sejamos descendentes de alemães e ou protestantes, simplesmente porque acho a ideia fantástica. Desde que nasceu o meu menino que é tradição o calendário. Não com doces mas com brinquedos. Por norma uso Legos ou afins para encher as janelinhas. É uma animação, ele adora e agora ela também. Estão sempre em pulgas para saber o que vão poder construir no fim. Agora que ela é mais crescida já posso adicionar as pin i pons ou playmobil nas janelinhas que lhe pertencem. O leque de brinquedos é vasto, é só dar largas à imaginação. E não é necessário comprar nada muito caro, aparecem nos hipermercados caixas pequenas com algumas peças a um preço acessível.
Deixo aqui algumas imagens para aguçar o apetite, mais tarde coloco ideias para fazer em casa.




Novembro

E  eis-nos chegados a Novembro. Gosto de todos os meses do ano, este em particular lembra-me o Outono, as castanhas assadas e que o Natal está quase quase a bater à porta. É altura de fazer doce de abóbora e marmelada, geleia de maçã e de marmelo, dos legumes assados e das tartes de maçã, uhm cheiro bom. Já sinto o cheiro do açúcar e da canela. Gosto deste mês. Só não aprecio os crisântemos, que me lembram sempre as idas ao cemitério em miúda. Não gosto de ir ao cemitério. É triste. Já lá não vou há anos, tenho lá os meus avós, mas lembro-me deles muitas vezes. Do arroz doce da avó "Lula" e o pão de Ponte da avó "Bira". Essas são as lembranças que gosto de guardar e que me vão aquecendo o coração nos dias mais frios.  Mas, essencialmente, gosto do mês de Novembro.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Ser criativa


Ando numa de aprender costura, a tricotar, bordar e afins. 
Já fiz uma saia, simples é verdade, para a princesa e agora estou a tricotar-lhe um colete de lã que a própria escolheu.
Estava eu ontem no sofá com os rebentos a "ver" desenhos animados depois do jantar e a dar uso às agulhas quando marido mui querido se sai com isto "... isso parece passatempo de cota". Cota?! Bateu-me. Eu não sou cota, se eu sou ele também, somos da mesma idade. Mas cota. Não digeri bem isto. Neste último ano é bem verdade que me tenho dedicado um pouco mais às artes manuais, e diversificado também, pintura em tela, tecido e madeira, costura e bordados, aplicações em feltro. Não sei porquê mas gosto, faz-me bem, dá-me paz, é isso. Podia ser pior, imagine-se se me desse para ver novelas. Não dá. Marido deveria ficar muito satisfeito. Aliás não sou cota sou criativa
Agora que estou impedida de me dedicar aos doces, coisa que também adoro, tenho que fazer outras coisas, tricotar por exemplo. Pronto, é um passatempo como outro qualquer. Mas essa do cota está-me atravessada. E não são hobbies de cota, são de mulher mais madura, mais centrada e com muita vontade de aprender coisas novas. Sim porque eu gosto de variar nos meus hobbies, e se vario. Ainda bem que não tenho o da limpeza ou não fazia outra coisa e ainda acabava por me tornar obsessiva e ou compulsiva na coisa. Vá de retro.

Sabor a dias frios

Hoje de manhã quando saí de casa, ainda noite, pairava no ar o cheiro a Inverno e a lareira. Enquanto me dirigia para o carro nuvens de vapor saíam a cada expiração, estamos no Inverno, não há volta atrás. Estes dias assim fazem-me lembrar castanhas. Quase que lhes senti o cheiro. Ainda era muito cedo mas iriam saber bem assim quentes e boas. Fiquei com saudades dos dias frios assim de repente. Num pulinho estamos no Natal. Outro fruto que me trás à memória os dias frios é o dióspiro, essa bomba doce que eu adoro. Mãe querida já trouxe alguns, os primeiros do ano. Estavam uma delícia. Se o tempo continuar frio, ainda vai haver dióspiros este Natal.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Bolo Shrek

Este fim de semana fiz o tão afamado Bolo Shrek. Afamado porque o meu filhote já tinha comido na escola, cortesia da professora, e fartava-se de gabar o bolo.
Num dia em que ficou em casa doente resolvi levá-lo comigo à minha aula de pintura para ele se distrair um pouco. E nesse mesmo dia era o aniversário de uma companheira de pintura que nos brindou com um belo lanche que incluía o dito bolo. O miúdo fartou-se de gabar o bolo, eu e todas as outras senhoras também e assim que obtive a receita não resisti em testar, apesar da minha dieta.
O resultado é surpreendente, a cor não é com toda a certeza a mais apelativa mas o sabor é muito bom.
Fica fofo e húmido e a cobertura de chocolate dá-lhe aquele toque especial.
Pode ser uma óptima ideia para um bolo do dia das bruxas. Porque não decorar com gomas em forma de olhos ou qualquer outra coisa assustadora. 

Bolo de espinafres



Ingredientes
  • 100g de espinafres só as folhinhas
  • 2 chávenas de açúcar
  • 2 chávenas de farinha
  • 1 colher de chá de fermento
  • 4 ovos
  • 12 colheres de sopa de óleo

Preparação

Pré aquecer o forno a 180ºC.
Bater o açúcar com as gemas até ficar um creme fofo.
Numa taça juntam-se os espinafres com o óleo e passa-se com a varinha até ficar bem moído.
Juntam-se os espinafres moídos ao preparado de gemas.
De seguida juntar a farinha e o fermento peneirados e por fim as claras em castelo.
Vai ao forno em forma de buraco untada e polvilhada durante 25 a 30 minutos.

Cobertura de chocolate

Ingredientes
  • 100g chocolate culinária
  • 100g manteiga
  • 1 ovo
  • 100g açúcar

Vai ao lume em banho-maria e mexe-se até ficar homogéneo.

Cobre-se o bolo ainda quente.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Chamem-lhe o que quiserem

Não nos vamos livrar de um segundo empréstimo, uns chamam-lhe segundo resgate outros programa cautelar. O nome não é importante, as consequências é que o são. Daniel Oliveira publica no expresso um artigo sobre o mui afamado programa cautelar que segundo parece é inevitável. Inevitável ou não os sacrificados serão sempre os mesmos e os senhores que realmente mandam neste país, alemães e BCE não querem saber se há fome e miséria ou se o tecido empresarial está a desaparecer, isso são danos colaterais. Transcrevo aqui na íntegra o referido artigo.


Saberia toda a gente que, com os atuais indicadores financeiros e económicos, só poderíamos ir aos mercados com o apoio do BCE ou do Mecanismo Europeu de Estabilidade, garantido desde o anúncio de 2012. Anúncio que teve, aliás, um efeito positivo nos juros das dívidas de todos os países intervencionados. Vale sempre a pena recordar, para prevenir oportunismos argumentativos de circunstância, que todas as variações fundamentais dos nossos juros dependeram de condicionantes externas e não dos nossos dramas domésticos. Mas este apoio, que passa por garantias de segurança dadas aos mercados, dependerá da aceitação de condições e metas por parte do governo português. Mais coisa menos coisa, não andarão longe das da troika. Ou seja, a autonomia portuguesa não seria muito diferente da que teria com um segundo resgate. Portugal poderia vir a ter condições um pouco menos apertadas, mas estaria mais exposto às pressões dos mercados e pagaria, em princípio, juros mais altos. Já não sei do que falava Pires de Lima, no meio de afirmações e desmentidos. Mas é a isto que podemos chamar de programa cautelar, seja qual for a modalidade encontrada.

Uma coisa o programa cautelar não é de certeza: o fim do "protetorado" e a autonomia prometida, depois de todos os sacrifícios. Vender este novo programa, no momento em que deveríamos ficar livres da intervenção externa, como uma vitória e não como a demonstração de que a receita que aplicámos nos últimos três anos não atingiu os seus objetivos é de mestre. Com segundo resgate ou programa cautelar, o fundamental da política portuguesa continuará a ser determinada no exterior. E toda ela continuará a centrar-se nos interesses imediatos dos credores, ignorando a sustentabilidade económica do país. 

Chamar a um processo que dependerá da disponibilidade de financiamento e das condições impostas pelo BCE e pela Comissão Europeia de "pós-troika", só se for pela saída de cena do FMI. No fundamental, Comissão e Banco Central continuarão a decidir quase tudo.

Para este programa cautelar entrar em vigor, o governo teria de ter notas positivas até junho de 2014. Isso não deverá ser problema. Todos os números deste orçamento e todas as previsões da troika são conscientemente aldrabados. Apenas um entre muitos exemplos: apesar dos brutais cortes nos rendimentos de reformados e funcionários públicos, o consumo privado, nestas cabeças delirantes, irá estabilizar. Não é de prever, por isso, que a troika vá pôr fim a esta farsa, onde a avalia sua própria incompetência com base numa completa falta de rigor e de realismo.

Mas os recados começaram a chegar: se o Tribunal Constitucional chumbar as medidas apresentadas (sendo que o chumbo de pelo menos uma delas - os cortes salariais na função pública - só não acontecerá se o TC der uma enorme cambalhota em relação ao disse no passado) será difícil evitar o segundo resgate. Ou seja, é fundamental que o nosso Tribunal Constitucional se demita das suas funções. Depois, teremos de esperar pela decisão do Tribunal Constitucional alemão, que aprovará ou não a existência de um fundo de resgate. Ou seja, temos de continuar a tolerar as pressões externas sobre o nosso Tribunal Constitucional e esperar pacientemente pela decisão do Tribunal Constitucional deles, esse sim, merecedor de respeito institucional. Porque o nosso é formado por "ativistas" e o deles por juízes.

Vale a pena desdramatizar. Apesar de, este ano, termos ficado a léguas da sacrossanta meta do défice, a troika continua a querer que Portugal não tenha um segundo resgate. É uma decisão política sem qualquer relação com a nossa desastrosa prestação económica e financeira. Se o diretório europeu quiser mesmo que Portugal tenha um programa cautelar, Portugal terá um programa cautelar. Com ou sem chumbo do Constitucional português (já a decisão do TC alemão é crucial). Porque nesta decisão não é Portugal, mas a própria credibilidade das instituições europeias, que está em causa.

A decisão de garantir para Portugal e para a Irlanda um programa cautelar, que a Grécia não teve, é uma forma desesperada de esconder que fizeram aqui a mesma borrada que fizeram na Grécia. E, no entanto, cá estão os indicadores sociais e económicos para o desmentir. Não digo que não seja preferível o programa cautelar ao segundo resgate. Tem, como disse, vantagens e desvantagens. Digo apenas que virá ou não virá independentemente do que der nós. Porque é determinado por razões que nos são estranhas.

Do lado português, Passos Coelho também precisa desesperadamente disto. Enquanto o segundo resgate obrigaria, como obrigou o primeiro, à demissão do governo, o programa cautelar pode ser vendido como um novo ciclo. E é isso, e não o interesse nacional, que determinará o comportamento negocial deste governo.

O primeiro resgate foi uma decisão política da Europa. Que decidiu não travar a crise na Grécia, usando instrumentos rápidos de solidariedade europeia. Em vez de estancar a crise, tratou de isolar os países mais frágeis, em fortíssima dificuldades por causa da crise financeira internacional: Grécia, Irlanda e Portugal. Para controlar a situação, o BCE fechou a torneira aos bancos nacionais que nos continuavam a comprar dívida, pondo o Estado português entre a espada e a parede e obrigando-o a por-se nas mãos da troika para conseguir cumprir as suas obrigações imediatas. Por razões que a psicologia explicará, só em Portugal isto foi visto como um pedido de regate. Grécia e Irlanda - e a Espanha, que teve peso político para o evitar - viram-no como uma rendição a um ataque. E foi assim que se procedeu à transferência da dívida aos bancos franceses e alemães (principais credores dos países periféricos) para as instituições europeias, munidas dos instrumentos necessários para a cobrar, à custa da destruição das economias nacionais. O resgate à banca francesa e alemã, pago, primeiro, com o dinheiro dos contribuintes dos países ricos, que financiaram os programas de ajuda, e, depois, com a miséria dos países pobres, que os estão os a pagar com juros, foi uma escolha política.

Será uma escolha política a não existência do segundo resgate. Depois de ter acontecido na Grécia, ele lançaria o descrédito absoluto sobre o euro e a suspeita de que as instituições europeias não conseguiriam controlar esta crise E será uma escolha política avançar com este programa cautelar. Ele é a alternativa que sobra à assunção do falhanço das intervenções nos países periféricos. Mas mantém os países intervencionados debaixo de enorme pressão austeritária, presos por uma trela invisível.

Também foi uma escolha política impor metas impossíveis de cumprir e depois ignorar o seu incumprimento. Porque essas metas não são metas. São instrumentos de uma política de contração das economias (desvalorização interna) dos países periféricos, levando-os a pagar as suas dívidas através da destruição do seu futuro. Isto sem terem de sair do euro, o que traria demasiados riscos para os países do centro. 
Foram tudo escolhas políticas que têm muito pouco a ver com o que se faça ou tente fazer em Portugal. E essa é a principal razão porque os economistas mais despolitizados e provincianos não acertam uma. É tudo política e ela tem sempre e quase exclusivamente uma escala europeia. Saber fazer contas ajuda, neste caso, muito pouco.»