Está na hora de acabar com esta insanidade. Eu sou uma dog person, tanto que tenho um. Não se
trata de uma raça perigosa, pelo menos nunca o foi, é um labrador retriever, doce, meigo e mimado já com onze anos que
convive diariamente com os meus filhos a quem nunca fez um arranhão, nem a eles
nem a ninguém. Mas este cão maravilhoso, não tem restrições de deslocação
dentro do ambiente familiar. Vai de férias e fins de semana com a família,
passeia duas vezes por dia, tem as vacinas em dia e sobretudo tem treino, amor
e carinho.
O meu cão, quando eu estava grávida do meu primeiro filho
deixou de saltar para cima de mim. Cheirava a barriga sempre que eu chegava. Quando
a bebé nasceu com 34 semanas de gestação apenas cheirava o ar que a rodeava sem
chegar muito perto e fez isso até ela ter 2 meses quando recuperou para o
percentil da idade. Já no caso do mais velho no dia em que chegou em casa da
maternidade, cheirou-o e deu-lhe uma lambidela que o deixou com os poucos
cabelos que tinha em pé. Os animais sabem até onde podem ir, desde que sejam
ensinados. Ninguém nasce ensinado.
Mas este doce de animal já foi atacado três vezes por cães
vizinhos que aproveitaram o portão aberto para lhe saltar em cima. Na última
vez, os meus filhos assistiram, ele fez de tudo para proteger tanto que teve
que ser submetido a uma cirurgia. Durante quase um ano a minha filhota panicava
sempre que via um cão e se ele se aproximava, independentemente do tamanho do
animal.
O problema de muitos animais são os donos e o tratamento que
estes lhes dão. A maior parte dos cães da minha rua vive enjaulado ou preso a
uma trela. Não têm passeios ou brincadeira, um prato de comida e bem bom. Este
é o exemplo do tratamento dado aos cães por este nosso país. Querem ter um cão?
Sim senhora. Passa a ser obrigatório treino e sociabilização do animal e isso
deve ser realizado a cada x anos, os peritos decidirão a necessidade e a periodicidade,
para além do registo e vacinação. Chip obrigatório. Multas elevadas para quem
não cumprir as regras e vão ver se isto não se reduz.
Só há uma coisa que ninguém consegue ensinar ao meu animal
de quatro patas, não se devem perseguir gatos. Esse é o seu primeiro instinto,
a ordem do não tem que ser clara e concisa senão ele sai disparado em
perseguição do pobre felino.
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