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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Cães e "donos"

Não consigo deixar de pensar no sem número de tristes histórias de pessoas e em particular crianças feridas por cães de raças consideradas perigosas. A última foi aquele bebé de 18 meses, creio eu, que foi mordido na cabeça por um cão cruzado com pitbull que também morava lá em casa e que infelizmente acabou por não resistir aos ferimentos.
Está na hora de acabar com esta insanidade. Eu sou uma dog person, tanto que tenho um. Não se trata de uma raça perigosa, pelo menos nunca o foi, é um labrador retriever, doce, meigo e mimado já com onze anos que convive diariamente com os meus filhos a quem nunca fez um arranhão, nem a eles nem a ninguém. Mas este cão maravilhoso, não tem restrições de deslocação dentro do ambiente familiar. Vai de férias e fins de semana com a família, passeia duas vezes por dia, tem as vacinas em dia e sobretudo tem treino, amor e carinho.

O meu cão, quando eu estava grávida do meu primeiro filho deixou de saltar para cima de mim. Cheirava a barriga sempre que eu chegava. Quando a bebé nasceu com 34 semanas de gestação apenas cheirava o ar que a rodeava sem chegar muito perto e fez isso até ela ter 2 meses quando recuperou para o percentil da idade. Já no caso do mais velho no dia em que chegou em casa da maternidade, cheirou-o e deu-lhe uma lambidela que o deixou com os poucos cabelos que tinha em pé. Os animais sabem até onde podem ir, desde que sejam ensinados. Ninguém nasce ensinado.

Mas este doce de animal já foi atacado três vezes por cães vizinhos que aproveitaram o portão aberto para lhe saltar em cima. Na última vez, os meus filhos assistiram, ele fez de tudo para proteger tanto que teve que ser submetido a uma cirurgia. Durante quase um ano a minha filhota panicava sempre que via um cão e se ele se aproximava, independentemente do tamanho do animal.
O problema de muitos animais são os donos e o tratamento que estes lhes dão. A maior parte dos cães da minha rua vive enjaulado ou preso a uma trela. Não têm passeios ou brincadeira, um prato de comida e bem bom. Este é o exemplo do tratamento dado aos cães por este nosso país. Querem ter um cão? Sim senhora. Passa a ser obrigatório treino e sociabilização do animal e isso deve ser realizado a cada x anos, os peritos decidirão a necessidade e a periodicidade, para além do registo e vacinação. Chip obrigatório. Multas elevadas para quem não cumprir as regras e vão ver se isto não se reduz.
Só há uma coisa que ninguém consegue ensinar ao meu animal de quatro patas, não se devem perseguir gatos. Esse é o seu primeiro instinto, a ordem do não tem que ser clara e concisa senão ele sai disparado em perseguição do pobre felino.

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