«O
orçamento mais estúpido do mundo
A
maioria parlamentar aprovou terça-feira o mais estúpido Orçamento do Estado que
Portugal alguma vez conheceu.
É
estúpido porque parte de um quadro macroeconómico completamente irrealista, com
base numa recessão prevista de 1 por cento, quando no mesmo dia a OCDE apontou
para -1,8% e todas as previsões conhecidas, nacionais e internacionais, se
fixam claramente acima do valor definido peloGoverno e pela troika.
É
estúpido porque o défice do próximo ano não será cumprido, assim como não foi o
deste ano, já que parte de pressupostos que não se vão verificar.
É
estúpido porque insiste no caminho de um fortissimo aumento de impostos para
tentar alcançar o défice quando o resultado final será a devastação da economia
e a correspondente quebra de receitas fiscais, gerando a necessidade de voltar
a aumentar impostos para atingir o défice e aprofundando ainda mais a recessão.
É
estúpido porque as expectativas de cumprimento deste orçamento são nulas - e
isso é mais um passo para ele não ser cumprido.
É
estúpido ainda porque não aproveita as janelas abertas pelos responsáveis do
FMI para aliviar a carga fiscal e as metas do défice.
E
é estúpido porque depois da decisão do Eurogrupo sobre a Grécia se tornou claro
que a própria troika começa agora a admitir que este caminho de austeridade
sobre austeridade não conduz ao paraíso mas ao inferno e é contrário aos
objetivos que pretende atingir.
Este
orçamento é um nado-morto, que será alvo de remendos ao longo do ano. É um
orçamento contra os contribuintes, que estimula a economia paralela, a fuga e a
evasão fiscal devido à injustissima carga fiscal que lança sobre os
contribuintes. É um orçamento contra a economia. E é um orçamento estúpido
porque nos conduz a um abismo económico - mas apesar dos avisos e dos alertas,
insiste em caminhar nesse sentido.
Verdadeiramente,
este orçamento não merece vir a conhecer a luz do dia. Não merece entrar em
vigor. E os contribuintes portugueses estão muito longe de merecer o flagelo
fiscal que este orçamento lhes quer impor. »
Por , Nicolau Santos aqui
Não poderia estar mais de acordo!
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